Especialista recomenda que profissionais da iniciativa privada consultem o RH para saber se haverá liberação
A Copa do Mundo Feminina de futebol, realizada na Austrália e na Nova Zelândia, começou para a seleção brasileira no dia 24 de junho, e a expectativa dos torcedores só aumenta com a possibilidade de conquistar a tão sonhada primeira taça da competição. No Brasil, alguns jogos da seleção serão em horário comercial e milhões de brasileiros estarão trabalhando. Após solicitação da ministra Ana Moser, titular da pasta do Esporte, o governo decretou ponto facultativo para os servidores da administração federal, mas o benefício não foi concedido aos trabalhadores da iniciativa privada.
Conforme a portaria 3.814, as normas valem para órgãos e entidades integrantes da administração pública federal, direta, autárquica e fundacional relativas ao expediente em dias de jogos da seleção, como servidores públicos, empregados públicos, contratados temporários e estagiários. A advogada trabalhista, Maria Carolina Lima, sócia do Andrade Maia Advogados, explica que no caso da iniciativa privada, caberá a cada empregador deliberar sobre como será a rotina de trabalho durante os jogos.
Leia também: Copa Do Mundo – Seleção Feminina Encarece Mercado Publicitário
“Como regra geral, os empregados da iniciativa privada devem trabalhar normalmente durante os jogos. Não existe obrigatoriedade de conceder folga para assistirem ao evento. O ponto facultativo da esfera pública não se confunde com os feriados a que se refere o art. 70 da CLT. Igualmente, não se enquadram no rol das faltas justificadas”, explica. “Mas nada impede, porém, que o empregador autorize a ausência dos seus empregados nos horários dos jogos, mediante compensação por sistema de banco de horas, quando houver previsão normativa para isso. Nesse contexto, a recomendação é de que o colaborador observe as regras próprias de sua empregadora, se houver”, recomenda a advogada.
Maria Carolina explica que, como regra geral, deixando o empregado de comparecer ao serviço no período dos jogos, sem haver uma liberação prévia do empregador, será contada falta injustificada e as horas correspondentes poderão ser descontadas. Mas segundo a advogada, não existe impedimento para que uma empresa do setor privado opte por liberar os funcionários. Para as que decidirem seguir o modelo do governo federal, é importante haver prévia comunicação, para que o funcionário possa se adequar à alteração do expediente de trabalho. “Nada impede que a empresa privada estabeleça regramento próprio para os dias de jogo, devendo o ato ser devidamente publicado pelo empregador e não podendo acarretar qualquer prejuízo ao funcionário”, afirma.
Leia também: Quais Vantagens Da Digitalização Do RH Com Assinatura Eletrônica?