Designed by @pressfoto / freepik
E agora, José? O dinheiro do Pronampe praticamente acabou, e a linha de crédito deu conta de salvar apenas uma pequena parcela de micro e pequenos empresários. Em apenas um mês, instituições financeiras que aderiram ao programa já emprestaram mais de 90% dos recursos liberados pelo Governo Federal. Em pleno começo da retomada, com a reabertura do comércio, não ter dinheiro em caixa pode ser o estopim para que uma crise econômica ainda mais grave atinja o país.
De acordo com o Sebrae, as micro e pequenas empresas representam mais de 30% do PIB nacional e são responsáveis por mais da metade dos empregos formais no país, concentrados principalmente nas atividades de Comércio e de Serviços.
Somente de 2006 a 2019, elas foram responsáveis pela criação de cerca de 13,5 milhões de vagas de trabalho. Perder uma parcela tão significativa para a economia é um risco que nenhum país em desenvolvimento pode se dar ao luxo.
O quase esgotamento dos recursos do Pronampe mostra, na prática, como essas empresas têm urgência de socorro. Elas precisam do dinheiro hoje, pois pode não haver um amanhã. Se o excesso de burocracia exigido pelos bancos na concessão de crédito era antes o problema, hoje não há rapidez no processo que possa salvar as empresas se o Governo Federal não der mais incentivo financeiro ao programa.
A dificuldade de acesso ao crédito é fatal neste segmento. Uma pesquisa recente do Sebrae mostrou que dos empresários que fecharam as portas durante a crise, 43% disseram que o que mais teria ajudado a evitar essa situação seria apoio financeiro do governo, e 18% citaram um empréstimo bancário.
Enquanto isso, há um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que prorroga o Pronampe até dezembro, entendendo que os próximos meses serão cruciais para as empresas – afinal, mesmo com a possibilidade de reabertura, é fato que restaurantes, bares, salões de beleza, casas noturnas e instituições de ensino (em especial, da primeira infância) não estão tendo o mesmo movimento que antes da pandemia.
A falta de medidas de urgência eficazes somada à imprevisibilidade de quando tudo voltará ao “normal”, principalmente até anunciarem uma vacina, podem significar demissões e fechamentos em massa.
Outro ponto que merece atenção é que muitas linhas de crédito disponíveis, como a do Pronampe, exigem como contrapartida a manutenção dos empregos por um determinado período.
Porém, se as empresas não estiverem lucrando nesse período, a demissão de alguns funcionários pode ser inevitável. A consequência disso é que, ao descumprir as regras do empréstimo, elas podem ter que devolvê-lo.
Sem renda, com acúmulo de dívidas e sem equipe, não será possível sustentar o próprio negócio, o que provocará uma dependência ainda maior de recursos do governo, como o Bolsa Família e auxílio-desemprego.
Por fim, acredito que três medidas são primordiais neste momento. A primeira é que o Governo Federal aprove a liberação de mais recursos para bancos cadastrados no Pronampe. O prazo do programa ainda está valendo, mas é também fundamental prorrogá-lo até dezembro – este é o segundo ponto.
Se muitas empresas não tiveram tempo hábil para se adequar a todas as exigências dos bancos, isso dará o fôlego necessário para que elas se coloquem nos trilhos. E a terceira é continuar a simplificar os processos, diminuir a burocracia, como fez o Banco Central ao desobrigar as empresas de apresentar a Certidão Negativa de Crédito.
Ao invés de perder tempo discutindo a volta de impostos federais, como a temida CPMF, o governo deve buscar manter as fontes de renda de tantas famílias brasileiras. Podendo exercer suas funções, elas continuarão a manter a economia e incentivar o consumo, fazendo com que o país supere a crise sem deixar tantos para trás.
Por Regina Fernandes, perita contábil, trainer em gestão, mentora e responsável técnica da Capital Social, escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor.
A Capital Social é um escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor.
DICA EXTRA DO JORNAL CONTÁBIL : MEI saiba tudo o que é preciso para gerenciar seu próprio negócio. Se você buscar iniciar como MEI de maneira correta, estar legalizado e em dia com o governo, além de fazer tudo o que é necessário para o desenvolvimento da sua empresa, nós podemos ajudar.
Já imaginou economizar de R$ 50 a R$ 300 todos os meses com contador e ainda ter a certeza que está fazendo suas declarações e obrigações de forma correta.
E o melhor é que você pode aprender tudo isso em apenas um final de semana. Uma alternativa rápida e eficaz é o curso MEI na prática. Trata-se de um curso rápido, porém completo e detalhado com tudo que um MEI precisa saber para ser autônomo e nunca mais passar por dificuldades ao gerir o seu negócio.
Quer saber mais? Clique aqui e mantenha sua empresa MEI em dia!
Foi publicada na última sexta-feira, dia 7, no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa…
A recente aprovação do projeto que adapta o Estado da Micro e Pequena Empresa à…
Uma escalada nos preços do etanol tem marcado o início de 2024, impactando diretamente o…
Existem muitas dúvidas dos trabalhadores sobre alguns adicionais, um deles é o adicional de periculosidades.…
As empresas americanas estão acelerando para entregar modelos de inteligência artificial (IA) mais eficientes e…
No final do ano passado foi anunciado em rede nacional a nova faixa de isenção…