Categories: CLTDestaques

Quais os impactos do novo salário mínimo de R$ 979 de 2018?

Novo valor para 2018 foi aprovado na semana passada, mas impactos do reajuste vão além dos bolsos de quem ganha o piso nacional

A partir do dia 1º de janeiro de 2018, o salário passará a ser de R$ 979. Fixado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada na última quinta-feira, o reajuste de 4,48% deve gerar um impacto de R$ 12,7 bilhões nas contas do governo no próximo ano e muito mais na economia do País. É que o salário mínimo, necessário para a indução de movimento do mercado nacional, também é usado como base para reajustar preços. Mas, diante de um cenário de inflação baixa, pela primeira vez desde 2006 não devemos sentir tanto no bolso essa mudança.

Deu a louca na Ensino Contábil, cursos de 80 a 110 reais (Saiba Mais)

“A atual política de reajustes do salário mínimo tem vantagens e desvantagens. A maior desvantagem é que ele cria mais uma indexação na economia, já que seu valor é usado como referência em diversos benefícios sociais”, analisa o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Felippe Serigatti. Isso porque, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 48 milhões de pessoas no País têm rendimento referenciado no salário mínimo.

Assim, ao repassar a inflação anualmente para tentar evitar a perda real do salário mínimo, o governo acaba pressionando diversos setores, que muitas vezes precisam reajustar seus preços, gerando inflação. “Quando você está em um ambiente de pressão de preços, o reajuste do salário mínimo funciona como lenha na fogueira. O custo dele reatroalimenta a alta de preços”, resume o economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Thobias Silva.

Como as previsões de inflação para este ano têm permanecido abaixo do centro da meta de 4,5%, o reajuste do salário mínimo, não deve ter esse efeito de combustível sobre os preços. A última vez que isso aconteceu foi em 2006, quando a inflação oficial para o ano ficou em 3,14%.

FUNÇÃO

Estabelecido pela Constituição de 1988, desde 2012, com a chamada política de valorização do salário mínimo, ele é reajustado de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Com a retração da economia do País, o PIB não tem sido aplicado nesse cálculo para evitar um encolhimento do salário pago.

Mas nem a política de valorização do salário mínimo é capaz de desfazer a realidade distorcida do País. Em seu conceito, o salário mínimo consiste no valor suficiente para o custeio de alimentos e produtos de higiene básicos, além de gastos com moradia e transporte. Com base nessa ideia, o Dieese realiza um cálculo mensal para mostrar o valor necessário para esse piso.

Além desse aspecto social, o reajuste do salário mínimo também tem seu lado positivo para a economia, já que, ao sofrer aumento, gera maior margem de consumo e faz mais dinheiro circular. No ano passado, a previsão era de que o reajuste que entrou em vigor este ano causasse um incremento de R$ 35 bilhões na economia e provocassem um aumento de R$ 18,8 bilhões na arrecadação tributária sobre o consumo. Os dados são do levantamento anual realizado pelo Dieese, que ainda não fez a previsão com base no reajuste aprovado na semana passada.

Via JC online

Ricardo

Redação Jornal Contábil

Recent Posts

Dirbi: 45 Novos Benefícios Fiscais na Mira da Receita Federal

A Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi) acaba de passar…

1 minuto ago

Imposto de Renda: Veja quem vai receber restituição em 2025

Falta pouco tempo para o Imposto de Renda (IR) 2025 iniciar, porém, milhões de contribuintes…

50 minutos ago

INSS: confira o calendário de pagamentos de fevereiro

Milhões de pessoas ainda vão receber seus benefícios do INSS referentes ao mês de janeiro…

2 horas ago

Brasil atinge 21,6 milhões de empresas ativas em 2024; Simples Nacional domina 84% do mercado

Introdução ao Relatório Jornal Contábil de Empresas no Brasil O Brasil encerrou 2024 com 21,6 milhões…

12 horas ago

Artigo: O empresariado brasileiro e o ano mais difícil na transição pós-reforma

A reforma tributária, solução para simplificar a tributação sobre o consumo, apresenta desafios significativos para…

13 horas ago

Inscrições para o Fies abertas até sexta-feira, dia 7. Veja como fazer

Se você participou de alguma edição do Enem, quer parcelar seus estudos e está tentando…

15 horas ago