Para alguns estudiosos a Contabilidade de Gestão é uma extensão da Financeira. Já para outros, cada uma tem suas particularidades e tomam rumos um pouco diferentes. Nós concordamos com o time de especialistas que acredita que na ciência contábil, quando falamos em ambos os ramos estamos tratando de conhecimentos de gestão integrados para tomadas de decisão.
Então, temos que Contabilidade Financeira e Gerencial utilizam as informações contábeis em favor de públicos diferentes, sendo que cada uma tem suas particularidades. É isso que mostraremos hoje a você.
A Contabilidade Gerencial é também chamada de Contabilidade de Gestão (do inglês Management Accounting). Ao analisarmos o termo, conseguimos matar a charada logo no início: é o tipo de contabilidade que serve aos gestores e administradores da empresa.
Sendo assim, gestores utilizam a Contabilidade Gerencial para tomarem decisões sobre as operações diárias de uma organização. Como os gerentes muitas vezes têm que tomar decisões de operação em um curto período de tempo em um ambiente que muda constantemente, a Contabilidade Gerencial depende fortemente da previsão de mercados e tendências.
Importante ressaltar que o controller tem um papel fundamental no ramo da Contabilidade de Gestão. Justamente por ela focar em fornecer informações aos líderes para que a empresa seja operada de forma mais eficaz, é que o profissional de controladoria tem a grande responsabilidade de:
Observe que, por tratar de fornecer informações aos gestores, a Contabilidade Gerencial não se prende a cumprir requisitos legais, sendo que os procedimentos a serem analisados serão os necessários para tomadas de decisão. Por isso – e para que o controller consiga fazer análises e interpretações -, é que as informações transmitidas pelo Management Accounting devem ser claras, precisas e dirigidas.
Por servir à gerência, a Contabilidade Gerencial pode ser feita de acordo com a exigência da administração, ou seja, semanal, mensal, trimestral etc., e não se prende a um formato (varia de empresa para empresa).
Para melhor compreensão do que abordamos até aqui, vamos observar as principais características da Contabilidade de Gestão:
Ainda como uma das características da Contabilidade Gerencial, tem-se que ela toma como base informações históricas fornecidas pela Contabilidade Financeira. Exatamente por isso que dizemos que existe uma linha tênue entre Contabilidade Financeira e Geral.
A fim de que possamos analisar melhor, seguiremos agora com a definição.
A Contabilidade Financeira é externa, ou seja, apresenta informações para agentes que estão fora da organização. Assim, preocupa-se com a elaboração de demonstrações financeiras para terceiros, como credores, acionistas, investidores, fornecedores, clientes etc.
Por isso, a Contabilidade Financeira é utilizada para apresentar a saúde financeira de uma organização aos seus stakeholders externos. Conselho de administração, acionistas, instituições financeiras e outros investidores são a audiência para os relatórios contábeis financeiros. Perceba que, diferentemente da Contabilidade Gerencial que possui ênfase no futuro, a Financeira apresenta um período de tempo específico no passado, permitindo ao público ver como a organização encontra-se atualmente.
Justamente por servir a uma audiência externa é que a Contabilidade Financeira está condicionada a requisitos fiscais e a imposições legais. Normalmente, as demonstrações baseadas na contabilidade financeira são preparadas para um ano contábil a fim de permitir que o usuário faça comparações sobre a posição financeira, rentabilidade e desempenho da empresa em um período específico.
Importante destacar que a Contabilidade Financeira não é importante apenas ao público externo, pois ela também mune a gestão interna com informações para previsão, planejamento e tomada de decisões. Muitos dizem que é a forma mais pura de contabilidade, já que a manutenção adequada de registros e relatórios financeiros fornecem informações relevantes a terceiros.
Como a Contabilidade Financeira enfatiza proporcionar uma visão correta da posição financeira da empresa, ela baseia-se principalmente em análises de:
Portanto, para realizar a Contabilidade Financeira a empresa, obrigatoriamente, deve apresentar os três relatórios.
O Balanço Patrimonial é essencial para manter o controle de custos e também para acompanhamento do patrimônio da empresa. Com ele, é possível ter a visão consolidada da evolução da empresa em um determinado intervalo de tempo. Ou seja, o BP demonstra todas os ativos (bens e direitos) e passivos (dívidas e deveres) da empresa, bem como se o patrimônio acumulado está em ascensão ou declínio.
Dizemos que analisar o Balanço Patrimonial é como colocar a empresa diante de um aparelho raio X, pois no aspecto financeiro ajuda a entender como a organização está, enquanto que no aspecto patrimonial mostra onde foram aplicados os recursos gerados, sua capacidade de gerar caixa, de liquidação, de rotação de estoques, de endividamento, de lucratividade sobre o patrimônio, sobre as receitas etc.
O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) é um relatório que oferece uma síntese econômica completa das atividades operacionais e não operacionais de uma empresa em um determinado período de tempo, demonstrando claramente se há lucro ou prejuízo.
Embora seja elaborado anualmente devido às obrigações legais de divulgação, em geral a Demonstração de Resultados do Exercício é gerada também mensalmente para fins administrativos e gerenciais (ou seja, para Contabilidade Gerencial), sendo uma das mais poderosas ferramentas de análise dos resultados para os responsáveis nos diversos níveis de gestão de uma empresa, apoiando gestores na tomada de decisão.
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) apresenta quais foram as entradas e saídas de dinheiro que ocorreram em um período específico, seja no caixa, nas contas bancárias ou nas aplicações financeiras que a empresa possui com liquidez imediata. Com o DFC é possível ainda averiguar qual o resultado causado na empresa por cada uma destas movimentações financeiras.
Para a Contabilidade Gerencial, o DFC é de extrema importância, pois possibilita o gestor analisar e avaliar a capacidade financeira da empresa, elaborando assim um planejamento financeiro adequado à realidade. Isso evita que a empresa fique sem dinheiro disponível em caixa para honrar seus compromissos ou, então, decidir quais as aplicações mais vantajosas para investir os recursos financeiros disponíveis.
Seguindo com o entendimento sobre o que é Contabilidade Financeira, vamos observar suas principais características:
Já que avaliamos as particularidades da Contabilidade Financeira e Gerencial, podemos verificar suas diferenças.
Como vimos, a Contabilidade Financeira e Gerencial têm públicos diferentes, pois os investidores geralmente não estão envolvidos nas operações do dia-a-dia do negócio, mas estão preocupados com seu investimento (Contabilidade Financeira), enquanto os gerentes precisam de informações para tomar decisões (Contabilidade de Gestão). Outras diferenças são:
Tanto a Contabilidade Gerencial quanto a Financeira são de extrema importância, pois, como vimos, ajudam a empresa de várias maneiras. A Contabilidade de Gestão é essencial para analisar o desempenho da organização, elaborar uma estratégia, tornar decisões efetivas e direcionar a empresa para ações futuras. Já a Contabilidade Financeira é fundamental para a manutenção adequada das demonstrações contábeis e gerenciais.
Apesar de termos diferenças entre elas, ambas são utilizadas como ferramenta da administração interna, para avaliar o desempenho da empresa e para apresentar a posição da organização.
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