O sonho da maioria dos brasileiros é ficar rico, não ter que se preocupar mais com contas, ter um alto salário e um dinheiro gordo guardado no banco. No entanto, apesar de ser sonho de grande parte da população brasileira, a verdade é que são poucos que conseguem chegar lá.
De acordo com um estudo da publicação Kiplinger, as chances de uma pessoa ficar rica no Brasil são de 0,3 a 1%. Esse percentual é bem menor do que em outros países, como os Estados Unidos, por exemplo, onde as chances de um cidadão ficar rico são de 6,4%.
Mas as coisas não param por aí e podem piorar. A desigualdade social e de renda no Brasil contribuem para que se perpetue uma estrutura injusta de ascensão das pessoas mais pobres à riqueza.
Embora seja uma tarefa extremamente difícil, ao menos temos muitos exemplos de brasileiros que começaram completamente do zero e conseguiram prosperar e construir verdadeiros impérios, ainda que seja um percentual absurdamente reduzido da população.
Diante desses dados e das suas próprias crenças, você já se perguntou quanto tempo uma pessoa pobre no Brasil pode demorar até conseguir ficar rico? Bom, se você tem essa dúvida, temos alguns estudos nos quais conseguimos responder essa questão.
Quantos anos uma pessoa pobre leva para ficar rica no Brasil?
Já se perguntou quanto tempo um brasileiro pobre leva em média para ficar rico? Se você acredita que são muitos anos, então se prepare, afinal de contas, os dados podem te surpreender bastante.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), se você estiver entre os 10% mais pobres da população brasileira, serão necessárias aproximadamente nove gerações para que seus descendentes cheguem à classe média — ou seja, cerca de 180 anos.
Isso acontece devido a uma combinação de vários fatores como a baixa qualidade de educação disponível para famílias mais pobres, a falta de acesso a serviços de saúde adequados, tal como a desigualdade no mercado de trabalho, onde os pobres têm menos oportunidades de emprego, e normalmente, com salários menores.
O estado tem um papel muito importante nesse aspecto, podendo reduzir desigualdades através de políticas fiscais mais justas, tais como aliviar a carga tributária sobre os mais pobres e aumentar impostos sobre os mais ricos.
Investimento em educação, saúde e programa de transferência de renda também são muito importantes para melhorar as condições de vida da população mais pobre. No entanto, estudos mostram que, mesmo com esforço, apenas 2,5% dos filhos de famílias mais pobres chegam ao topo da estrutura social em uma única geração.
A situação é ainda mais complexa para pessoas negras, mulheres e moradores do norte e nordeste do país, que enfrentam barreiras adicionais como o racismo estrutural e falta de infraestrutura.
Distribuição de renda no Brasil
O Brasil é sem dúvidas um dos países mais desiguais do mundo, com uma alta concentração de renda. Para se ter ideia, o 1% mais rico da população detém 28,3% de toda a riqueza do país, colocando o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo.
Cerca de 66% das famílias brasileiras vivem com uma renda média mensal de até R$ 2.034, valor bem abaixo do que de fato é necessário para se garantir uma qualidade de vida mais adequada.
Desse montante, 46% das famílias têm uma renda inferior a um salário mínimo, deixando ainda mais clara a vulnerabilidade econômica vivida pela população brasileira. Em resumo, isso significa que grande parte da população vive em dificuldade financeira, com acesso limitado a serviços básicos como saúde e educação.
Em contraste, uma pequena parcela da população concentra as maiores fortunas. O 1% mais rico do Brasil tem uma renda mensal atual superior aos R$ 33.900. Esse descompasso econômico coloca o Brasil na 14ª posição entre os países mais desiguais do mundo, ficando ao lado da República Democrática do Congo.