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Quer estudar fora? Use o Enem!

Quer estudar fora? Use o Enem!

27/10/2023 às 09h54 Atualizada em 27/10/2023 às 12h54
Por: Leonardo Grandchamp
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Imagem por @freepic.diller / freepik
Imagem por @freepic.diller / freepik

"Esperei ansiosamente por duas semanas, aguardando o resultado, e finalmente lá estava meu nome, uma mistura de felicidade e ansiedade que palavras não conseguem descrever." o processo não foi rapido e abrangeu desde a preparação, a inscrição e a coleta de documentos para obter o visto, permitindo que a estudante Giulia Borim finalmente ingressasse na Universidade de Coimbra, em Portugal, utilizando a nota do Enem. No entanto, de acordo com ela, todo o planejamento valeu a pena.

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"Pode acreditar, vale muito a pena. Viver essa experiência, apesar da ansiedade, foi uma das melhores decisões que tomei. Após inúmeros documentos e burocracias, chega o grande dia de viajar e começar a aventura mais incrível de todas", relata a estudante, que está atualmente no terceiro ano do curso de engenharia civil na universidade portuguesa.

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Localizada na cidade de Coimbra, Portugal, a universidade é a instituição de ensino superior mais antiga do país e uma das mais prestigiadas da Europa. Em 2013, foi reconhecida como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além disso, foi a primeira universidade estrangeira a estabelecer um acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para o uso das notas do Enem em seu processo seletivo. Atualmente, essa lista inclui 51 universidades portuguesas, cuja relação completa pode ser encontrada na página do Inep.

Cada uma dessas instituições possui requisitos específicos em relação às notas e aos critérios para novos alunos. Portanto, os estudantes interessados devem buscar informações sobre os requisitos de ingresso na universidade de sua escolha. Embora o ensino não seja gratuito, existem oportunidades de bolsas de estudo disponíveis para auxiliar nos custos.

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Aqueles que passaram ou estão passando pela experiência de estudar no exterior recomendam enfaticamente o planejamento e a preparação adequada para os exames, a fim de obter um bom desempenho.

Giulia, que é natural de Campinas (SP), cursou o terceiro ano do ensino médio durante a pandemia. "Isso trouxe muitos desafios, mas consegui conciliar tudo e estudar em casa por conta própria. Devido à minha situação financeira na época, não pude pagar por um cursinho, então encontrei um cursinho gratuito no YouTube, ministrado por professores da cidade de São Carlos (SP), que estavam dispostos a ajudar os alunos durante a pandemia, e me inscrevi. Fui aceita e estudei durante um ano inteiro, todos os dias - incluindo dias de semana e fins de semana -, fazendo resumos e acompanhando as aulas do cursinho. Minha média diária de estudo chegava a 11 horas nos dias úteis", relata a estudante.

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Uma das estratégias que ela adotou foi colocar post-its nos locais que mais frequentava em casa, com fórmulas, datas e informações importantes. "Dessa forma, sempre que ia à cozinha fazer um café, por exemplo, eu revisava as datas de guerras".

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Ela também enfatiza a importância de cuidar do bem-estar físico e mental. "Além de estudar, considero fundamental cuidar da mente e do corpo. Eu reservava uma hora todos os dias para me exercitar em casa, utilizando vídeos do YouTube para praticar dança, musculação e outras atividades. Ter essa válvula de escape foi muito útil, e se você tem algum hobby, não o deixe de lado por causa dos estudos, pois ele pode ser um grande aliado, acredite."

Um sonho realizado

Para Mateus Nishiyama, a oportunidade de estudar no exterior era um sonho acalentado há muito tempo. "Sempre tive um forte desejo de expandir meus horizontes, de explorar novos lugares, culturas e viver a experiência de estudar e morar fora do país". Mateus nasceu no Japão e viveu lá até os 4 anos de idade. Devido à herança familiar, que é de origem brasileira, ele se mudou para Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, onde concluiu seus estudos antes de ser aceito na Universidade de Coimbra, onde cursa Relações Internacionais.

Da mesma forma que Giulia Borim, Mateus Nishiyama enfrentou o desafio de fazer o Enem durante a pandemia, no ano de 2021. Para aprimorar seus estudos, ele recorreu à internet em busca de recursos complementares. Seu ensino médio foi concluído no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, e para se preparar para o Enem, ele buscou um curso de redação, pois considerava essa prova como um diferencial no exame. Apesar de toda a ansiedade que envolveu o processo de preparação, ele destaca que a motivação de estudar no exterior foi o que o impulsionou. "De certa forma, é um incentivo que ajuda a percorrer esse caminho, que nem sempre é fácil, e que frequentemente envolve momentos de ansiedade e incerteza", compartilha.

Mateus também enfatiza a importância do planejamento. "Seja o planejamento dos estudos, o que você deseja fazer, ou o planejamento financeiro para a mudança. Tudo começa com um planejamento, e isso é fundamental para se situar em relação às oportunidades e possibilidades. Saber o que você quer, o que é possível e quais são as opções disponíveis. Isso é especialmente importante quando se está prestes a se mudar para outro país. Ter uma compreensão prática dos custos de vida na nova localidade, das opções de cursos e dos documentos necessários é essencial."

Ambos os estudantes enfatizam o apoio substancial que receberam da universidade em todas as etapas do processo seletivo, bem como durante o período de adaptação após a chegada em Coimbra.

Planejamento

Estudar no exterior, segundo as orientações da especialista em estudos internacionais da Fundação Estudar, Beatriz Alvarenga, demanda um planejamento de longo prazo. Ela expressa a aspiração de que os alunos do 9º ano já estejam cientes de que é possível considerar a possibilidade de cursar uma graduação no exterior. Não é necessário escolher uma universidade específica nesse momento, mas é crucial que estejam cientes dessa opção.

Beatriz explica que muitas instituições de ensino, especialmente aquelas de língua inglesa, avaliam uma série de aspectos dos alunos durante o processo de admissão na graduação. Isso inclui atividades extracurriculares realizadas ao longo da trajetória escolar, prêmios conquistados, notas no Enem (para aquelas que aceitam o exame) e o desempenho geral no ensino médio, entre outros critérios. Portanto, quanto mais cedo o estudante começar a se preparar, maiores são suas chances de ser aceito.

Além disso, como as universidades no exterior geralmente são pagas, é essencial planejar financeiramente e ter um bom domínio do idioma. Beatriz destaca a importância do aluno estar ciente das possibilidades reais, como custos, opções de idioma (exceto no caso de Portugal) e a disponibilidade de bolsas de estudo. Ela também enfatiza a dimensão emocional desse processo: "Há o desafio do autoconhecimento, que muitas vezes negligenciamos. É fundamental entender para onde queremos ir e compreender que é o lugar onde viveremos nos próximos três ou quatro anos. Isso é crucial para a saúde mental durante a graduação."

Ela observa que o convênio das universidades portuguesas com o Inep facilita o processo seletivo, pois elimina a barreira do idioma e torna a seleção mais direta, baseada principalmente no desempenho no Enem. No entanto, a questão financeira ainda pode ser um desafio, uma vez que Portugal não oferece bolsas como parte de uma política estatal, ao contrário do Brasil. Portanto, os estudantes precisam verificar se a universidade desejada oferece bolsas ou procurar opções de financiamento por conta própria.

A Fundação Estudar está atualmente com dois programas de seleção em andamento: o programa Líderes Estudar e o Tech Fellow, voltado para a área de tecnologia. As inscrições estão abertas até abril de 2024, e os candidatos precisam ser aprovados na instituição de ensino desejada até maio. Essas bolsas podem cobrir até 95% dos custos, mas é importante destacar que a graduação não é totalmente gratuita. Os estudantes podem precisar buscar bolsas externas por conta própria.

Além das universidades com convênio com o Inep em Portugal, outras instituições no mundo também aceitam o Enem como parte do processo seletivo, incluindo a University College Dublin e o National College of Ireland na Irlanda, a Universidade de Kingston, a Universidade de Glasgow e a de Birkbeck no Reino Unido, a New York University e a Northeastern University nos Estados Unidos, e a Universidade de Toronto no Canadá.

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