Com a Reforma da Previdência, muitos segurados acreditam que ficou mais caro para se aposentar. Isso porque, com a Reforma, as faixas de contribuição do INSS mudaram e passaram a ser progressivas.
Antes, as alíquotas que eram aplicadas sob as contribuições previdenciárias variavam entre 8% a 11%, agora essa faixa é mais ampla.
Na prática, com as novas alíquotas, quem ganha mais, contribui mais também. Por isso, no caso de alguns segurados, se aposentar pode ter ficado, de fato, mais caro.
As regras da Reforma estão valendo desde 1º de março deste ano e para saber se ficou mais caro se aposentar no seu caso, preparamos um post completo. Confira!
As alíquotas do INSS nada mais são do que um percentual que é aplicado sob a remuneração do segurado que pode ser por meio de um salário (empregado), pró-labore (sócios de uma empresa) ou honorários (profissional autônomo).
A aplicação desse percentual resulta no chamado “salário de contribuição”, ou simplesmente “contribuição previdenciária”, que será usado posteriormente para o segurado se aposentar.
Essas alíquotas são aplicadas de acordo com faixas de salário, até atingirem o teto máximo da Previdência Social, que em 2020 é de R$ 6.101,06.
Com a Reforma da Previdência, as alíquotas de contribuição do INSS mudaram tanto para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), quanto no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
O RGPS é aquele válido para todos os segurados que trabalham na iniciativa privada, já o RPPS aplica-se aos servidores públicos. Nas tabelas abaixo, indicamos como eram as alíquotas antes da Reforma e como ficaram após.
Como era antes da Reforma:
Salário | Alíquota que não acumula |
até R$ 1.830,29 | 8% |
de R$ 1.830,30 até R$ 3.050,52 | 9% |
de R$ 3.050,53 até R$ 6.101,06 | 11% |
Salário | Alíquota progressiva |
Taxa de desconto até R$ 1.045 (salário mínimo) | 7,5% |
Taxa de desconto entre R$ 1.045,01 e R$ 2.089,60 | 9% |
Taxa de desconto entre R$ 2.089,61 e R$ 3.134,40 | 12% |
Taxa de desconto entre R$ 3.134,41 e R$ 6.101,06 | 14% |
As alíquotas com a Reforma da Previdência são aplicadas em mais faixas e de forma progressiva. Antes as alíquotas eras aplicadas de uma vez só, sobre o valor da remuneração.
Para ficar mais simples de entender, vamos aos exemplos práticos. Vamos supor que um indivíduo tem um salário de R$ 5.000,00.
Antes da Reforma ele precisava recolher 11% para o INSS, ou seja, a contribuição previdenciária era de R$ 550,00.
Agora, como a alíquota é aplicada de forma proporcional, ele deve recolher um percentual para cada parte do seu salário. Sim, é um pouco mais complicado, mas pode resultar em uma contribuição menor, dependendo do caso.
Assim, pegando o salário de R$ 5000,00, o primeiro passo é dividi-lo de acordo com as faixas. Na sequência, o segurado deve aplicar as alíquotas, conforme explicamos com os números abaixo. Para facilitar o cálculo, arredondamos os números:
1ª faixa: 7,5% (parte do salário correspondente a R$ 1.045,00)
Paga R$ 78,38
2ª faixa: 9% (parte do salário correspondente a R$ 1.044,60)
Paga R$ 94,01
3ª faixa: 12% (parte do salário correspondente a R$ 1.044,80)
Paga R$ 125,38
4ª faixa: 14% (parte do salário correspondente a R$ 1.865,60)
Paga R$ 261,18
Total a pagar: R$ 558,94 (soma das quatro faixas)
Alíquota efetiva: 11,18% (R$ 558,94 em relação a R$ 5.000)
Muita gente acredita que ficou mais caro se aposentar com a Reforma, mas isso não é verdade em todos os casos. Quem ganhava um salário mínimo, por exemplo, antes da Reforma contribuía com 8% da sua remuneração. Agora, contudo, esse percentual caiu para 7,5%.
A mesma situação acontece com quem ganha acima do teto, uma vez que a alíquota que incide até o valor do teto, permanece a mesma.
Nem sempre o segurado precisará pagar uma contribuição maior depois da Reforma Previdenciária. E, para demonstrar isso, fizemos uma simulação de quanto o indivíduo pagaria de contribuição antes e depois da Reforma, conforme o seu salário.
Salário | Antes da Reforma | Após a Reforma |
R$ 1.045 | R$ 83,60 (8%) | R$ 78,37 (7,5%) |
R$ 2.000 | R$ 180 (9%) | R$ 164,32 (8,22%) |
R$ 3.000 | R$ 270 (9%) | R$ 281,63 (9,39%) |
R$ 5.000 | R$ 550 (11%) | R$ 558,94 (11,18%) |
Contribuição previdenciária e cálculo da aposentadoria
Não foram apenas as alíquotas e os valores da contribuição previdenciária que mudaram. O cálculo da aposentadoria também mudou. Por isso, hoje fazer um planejamento da sua aposentadoria é fundamental. Afinal, se você vai pagar mais, o ideal é que você receba um bom benefício no futuro, não é mesmo?
Muita gente acredita que se aposentar ficou mais caro, mas para muita gente o valor do benefício também diminuiu, como explicamos nesse post.
Por isso, conversar com um especialista e montar um planejamento é o melhor passo para quem quer ter tranquilidade no futuro e se aposentar da melhor forma possível.
Você quer se aposentar com um bom benefício? Veja como simular o valor da sua aposentadoria e se planejar. Entre em contato e saiba mais!
Original por Patricia Wurfel
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