Se tem uma coisa que o brasileiro ama discutir, além de futebol e política, é o preço da carne. E nos últimos meses, com a aprovação da Reforma Tributária, uma dúvida tem pairado no ar: será que a carne vai realmente ficar mais barata? A resposta, como quase tudo na economia, não é tão simples. Mas vamos por partes!
A grande novidade da Reforma Tributária foi a inclusão das carnes na cesta básica nacional, com alíquota de imposto zerada. Isso significa que carnes de boi, frango, porco, bode e cabra estão livres de tributação no novo modelo. Mas antes de sair comemorando e organizando o churrasco, é importante entender que essa mudança só será implementada totalmente em 2033. Sim, você não leu errado: 2033!
Ou seja, nada muda agora. Mas não é só isso. O preço da carne depende de muitos outros fatores além dos impostos. O valor da proteína no supermercado é influenciado pelo dólar, pela oferta e demanda, pelo clima e até pelos ciclos de abate dos pecuaristas. Em outras palavras, mesmo com isenção de impostos, a carne pode não sofrer uma redução tão significativa no preço final.
Mas e os impostos sobre a carne?
Hoje, a carne já é isenta de tributação federal, como PIS, Cofins e IPI. O que pesa é o ICMS, cobrado pelos estados, e o ISS, que é municipal. Com a reforma, todos esses tributos serão unificados, tornando o sistema mais simples. Mas nem tudo é garantia de queda no preço. Como explicam os especialistas, os empresarios não são obrigados a repassar a redução tributária ao consumidor. Eles podem escolher manter os preços e aumentar suas margens de lucro.
Outro ponto importante é que o preço da carne é altamente influenciado pela oferta e demanda. Se houver menos gado para abate, o preço sobe. Se a exportação estiver alta, o mercado interno pode sentir o impacto. O ciclo de abates é outro fator: em determinados períodos, há uma oferta menor de bovinos, o que pode elevar os preços.
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Mas então, vai ficar mais barato ou não?
Depende. Em estados onde a tributação é mais alta atualmente, como São Paulo, a tendência é de que haja alguma redução. Mas de maneira geral, a isenção da carne pode tornar esse produto mais acessível em comparação com outros alimentos que serão mais tributados. Por exemplo, produtos que não entraram na cesta básica poderão ser taxados em até 26,5%, o que pode tornar a carne uma opção relativamente mais barata no carrinho de compras.
E se a carne não tivesse entrado na cesta básica?
Aí sim, poderíamos ver um aumento expressivo nos preços. Antes da decisão final do Congresso, havia a possibilidade de que as carnes tivessem uma tributação reduzida, mas ainda assim cobrando imposto. Caso essa proposta tivesse sido mantida, os preços poderiam subir entre 9% e 10%.
No fim das contas, o que a reforma fez foi evitar um aumento, mas não garantir uma grande redução. Então, se você estava esperando uma picanha a preço de banana, pode ser melhor baixar as expectativas. Mas ao menos a carne não vai subir de preço por causa da reforma. E isso, já é alguma coisa, não?
Por enquanto, o melhor é continuar acompanhando os fatores que realmente pesam no preço da carne. E claro, torcer para que o churrasco do fim de semana não pese tanto no bolso.