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Revisão do FGTS vai liberar uma bolada para os trabalhadores?

Os trabalhadores com certeza lembram de um bordão que ficou conhecido: Quem quer dinheiro? Tudo mundo conhece essa frase que ficou famosa nos anos 90, no programa “Topa Tudo por Dinheiro”, do SBT, apresentado por Sílvio Santos, que jogava dinheiro para o alto para as colegas de trabalho pegar. Era uma festa!

A revisão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) faz relembrar essa frase, é como se tivesse perguntando ao trabalhador “quem quer dinheiro?”, no entanto, diferente do programa, neste caso, tem que esperar por uma decisão da Justiça!

O que está dificultando a vida dos trabalhadores para ter um bom rendimento nas contas do FGTS chama-se TR (Taxa Referencial). A Caixa desde 1999 utiliza a Taxa Referencial (TR) para correção do Fundo de Garantia, que está inclusive em zero. Além da TR, o FGTS tem um reajuste de 3% ao ano.

E o poder de compra do trabalhador já não é o mesmo, as perdas com a TR são grandes e eles querem que isso seja mudado e outro índice substitua a TR.

Essa reclamação acabou parando no Supremo Tribunal Federal que está analisando a ação direta de inconstitucionalidade, que argumenta que a Taxa Referencial não deve ser utilizada para atualização monetária por não acompanhar os índices de inflação, o que soma-se em perdas aos trabalhadores.

Através da ação, é solicitado que o FGTS deixe de utilizar a TR e passa a contar com outro índice mais justo, como é o caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que, caso venha a ser acatado pode gerar a correção de valores que precisam ser restituídos aos trabalhadores.

Nem mesmo os 3% anuais sobre o FGTS conseguiu evitar as perdas inflacionárias – a partir de 2012. Sendo assim, a correção das contas vinculadas ao Fundo de Garantia continua abaixo da inflação acumulada.

Portanto, a revisão do FGTS é possível para todo trabalhador que tenha saldo ou que ainda tenha sacado parcial ou integralmente todos os valores do fundo, e ter trabalhado sob o regime CLT entre 1999 a 2013.

Valores

A revisão do FGTS pode proporcionar ao trabalhador valores vantajosos, que chegam a R$ 18 mil, e outros casos a R$ 60 mil e, até mesmo o valor máximo dos R$ 100 mil. No entanto, para outros trabalhadores, os valores poderão ser bem baixos, algo em torno de R$ 100 ou R$ 200.

Por isso, é bom ficar atento, nem todo mundo vai ter uma bolada em dinheiro para receber. Então, antes de pedir a revisão do FGTS, tenha bastante cautela. O bom é realizar os cálculos dos valores. Veja:

Aplicativo Caixa Econômica Federal- FGTS.

Pegue o valor dos 8% do salário recebido todo o mês durante o tempo em que trabalhou;
Soma-se a 3% de juros do próprio FGTS; e mais
Atualização de dinheiro com base na taxa de referência como, por exemplo, INPC ou IPCA.

Embora pareça simples, o cálculo vai exigir de você muita atenção. Isso porque o cálculo será realizado através de Créditos JAM, deste modo para realizar o cálculo das diferenças entre TR e INPC é necessário refazer o índice aplicado às contas do FGTS, retirando dele a TR e substituindo pelo INPC.

Quando a revisão pode valer a pena

Para os trabalhadores que receberam durante anos um bom salário, e o tempo em que recebeu esses valores, verificando se à empresa realizou todos os depósitos nas contas do FGTS, poderá ser vantajoso pedir a revisão. Se você teve uma boa estabilidade no emprego ao longo dos anos, a revisão do FGTS vai ser algo muito bom para quem pedir.

As pessoas que tem o hábito de trocar muito de emprego, não devem pedir a revisão, também quem ficou um bom tempo trabalhando sem carteira assinada, e teve salários baixos, não será vantajoso solicitar a revisão.

Edição por Jorge Roberto Wrigt Cunha — jornalista do Jornal Contábil

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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