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Risco desconhecido: Vapes falsificados e os metais pesados

por Lucas Machado
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Vape. Imagem: Pexels

Nos últimos anos, os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, ganharam notoriedade e uma base de consumidores cada vez maior. Promovidos como uma alternativa “mais segura” ao tabagismo convencional, esses dispositivos trouxeram consigo uma série de controvérsias e preocupações.

Embora ainda exista uma crença de que os  são inofensivos, diversos estudos científicos já indicam que os vapes contém substâncias químicas prejudiciais, que causam dependências, especialmente, devido a presença de nicotina. A problemática atrelada aos cigarros eletrônicos se agrava, na medida que o produto é objeto de contrabando, no Brasil e no mundo. 

De acordo com um levantamento que veio a público através da BBC News da Inglaterra, os cigarros eletrônicos falsificados, podem conter metais pesados. A análise realizada pelo laboratório Inter Scientific, em Liverpool, apontou altos níveis de chumbo, níquel e cromo. 

Dispositivos falsificados e metais tóxicos

O levantamento informou que foram analisados 18 vapes, que estavam na pose de estudantes da escola de ensino médio Baxter College, localizada a cerca de 160 km de Liverpool. Em meio a investigação, constatou-se que a maioria dos dispositivos estavam irregulares, de modo que não haviam passado por nenhum teste que autorizasse a comercialização no país. 

Em entrevista à BBC, David Lawson, co-fundador do laboratório, informou que “nenhum deles [vapes analisados] deveria estar no mercado — eles quebram todas as regras sobre os níveis permitidos de metal. Eles são o pior conjunto de resultados que já vi.” 

Vape. Imagem: Pexels
Vape. Imagem: Pexels

Conforme os dados coletados, conclui-se que os estudantes cujos vapes foram analisados estavam expostos a inalação de uma quantidade dos metais, exorbitantemente maior do que a considerada segura. Segundo informações, o chumbo supera o limite seguro, em duas vezes, o níquel em seis vezes, e o cromo em até nove vezes. 

Os cientistas que integram o levantamento, pontuam que a presença das substâncias nocivas não residia na fumaça gerada pela combustão. Ao contrário das expectativas, atestou-se que os metais tóxicos vinham do próprio líquido do cigarro eletrônico. 

Riscos à saúde

De acordo com o professor de epidemiologia da Universidade de Nottingham, John Britton, a inalação desses metais pode representar sérios danos à saúde, informando a relação entre as substâncias e enfermidades cardíacas. 

“O chumbo é uma neurotoxina e prejudica o desenvolvimento do cérebro; o cromo e o níquel são alérgenos, e as partículas de metal, em geral, na corrente sanguínea podem desencadear a coagulação do sangue e exacerbar doenças cardiovasculares.”, disse o especialista à BBC. 

Britton ainda informou que nos vapes falsificados, foram encontrados compostos intimidados de carbonilos, em quantidades dez vezes maiores que o autorizado para os produtos legalizados. Segundo ele, nestes moldes, o uso contínuo aumenta o risco de câncer, uma vez que “os carbonilos são levemente cancerígenos”. 

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