Quatro secretários do Ministério da Economia pediram demissão após o governo planejar uma manobra para furar o teto de gastos. Nesta quinta-feira (21), o clima esquentou em Brasília, quando os secretários de Orçamento Bruno Funchal, e do Tesouro, Jefferson Bittencourt alegarem ao ministro Paulo Guedes, razões pessoais para deixarem o governo, embora todo mundo saiba que eles estavam insatisfeitos com o rumo que estava sendo dado para bancar o novo programa de transferência de renda, que segundo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), terá um valor médio de R$ 400.
Os quatro secretários que deixaram o governo comandavam justamente a área fiscal do Ministério (controlando os gastos públicos). Deixaram o governo:
O secretário de Tesouro e Orçamento Bruno Funchal;
o secretário do Tesouro Nacional Jefferson Bittencourt;
a secretária-especial-adjunta de Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas;
e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo.
Vão continuar despachando nos cargos, Funchal e Bittencourt até que se realize a transição para os próximos secretários.
A gota d ‘água para a demissão acontecer está ligada à manobra liderada pelo Centrão para abrir espaço no teto de gastos em 2022 (ano de eleições gerais). Está nos planos do governo liberar uma verba de R$ 40 bilhões que irá descumprir a regra de austeridade, tudo isso, para bancar o Auxílio Brasil, que deve entrar em vigor em novembro de 2021, com um valor médio de R$ 400 mensais.
A decisão em não respeitar o teto de gastos, criou uma turbulência econômica, que derrubou a Bolsa, fez o dólar disparar, sem falar nos juros.
Segundo a Folha de São Paulo, a decisão de Funchal em deixar o governo foi por questões de princípios. Ele já havia mencionado que não chancelaria medidas que subvertessem a ordem fiscal.
O que aconteceu nesta quinta-feira deixa bem claro, que existe uma crise aberta no governo entre a equipe econômica e a política.