Sócios de supermercado são denunciados por sonegação e lavagem de dinheiro

Seis sócios-administradores de um grupo de supermercados foram denunciados na última terça (16) por crime contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), eles são acusados de não recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no valor atualizado de R$ 216.868.689,63. Os crimes teriam ocorrido entre 2004 e 2015. O maior valor suprimido dos cofres públicos refere-se à apropriação indébita, mais de R$ 209 milhões.

O ICMS é um imposto indireto e, por isso, o comerciante não arca com o pagamento do tributo, deve apenas repassar aos cofres públicos o valor cobrado dos consumidores finais. De acordo com a denúncia, as empresas do grupo SuperMaia se apropriavam duplamente dos valores devidos aos cofres públicos, pois não recolhiam o valor obrigatório dos tributos cobrados do consumidor final e ainda o utilizavam como crédito na sua contabilidade.

Além de praticar os crimes tributários, os acusados escondiam a origem ilícita do dinheiro. Para isso, recorriam frequentemente à lavagem de dinheiro, reinvestindo os valores nas próprias empresas. Esses fatos foram apurados concomitantemente a outras fraudes aplicadas pelo grupo econômico que, atualmente, mantém em sua rede varejista 15 unidades no DF e 1 em Goiás, além de atuar nos ramo de embalagens de papel e drogarias.

Ainda segundo a denúncia, os envolvidos “ocasionaram grave prejuízo ao erário e à sociedade, uma vez que os recursos que foram suprimidos do erário do Distrito Federal viabilizariam a solução de inúmeras demandas sociais de grande importância, como a ampliação e melhora de serviços de saúde, a instalação de novas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), o fornecimento de medicamentos e tratamentos médicos essenciais à manutenção da vida, para citar somente exemplos relacionados ao direito à saúde”.

Em nota, o grupo SuperMaia informou, por meio de seu departamento jurídico, que possui toda a documentação legal relativa aos empréstimos feitos para a expansão, e que as acusações de utilização de dinheiro proveniente do tributo ICMS são inverídicas. Existem impostos em atraso que, de acordo com o departamento jurídico, estão sendo pagos.

Informa, ainda, quem foram feitas auditorias fiscais confirmando que houve a declaração de impostos e que a documentação da rede está dentro da legalidade e o departamento jurídico da rede está tomando todas as medidas necessárias para esclarecer a denúncia.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília, com MPDF

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