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Supermicose: EUA registra casos de infecção por fungos resistentes

Supermicose: EUA registra casos de infecção por fungos resistentes

18/05/2023 às 11h44 Atualizada em 18/05/2023 às 14h44
Por: Esther Vasconcelos
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Supermicose (Foto: Reprodução / CDC)
Supermicose (Foto: Reprodução / CDC)

Na última sexta-feira (12), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos divulgaram os primeiros dois casos de uma cepa altamente contagiosa e resistente aos medicamentos comumente utilizados, conhecida como "supermicose".

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Essa nova cepa é uma forma de fungo denominada Trichophyton indotineae, também chamada de dermatófito.

Ela é responsável por causar a infecção conhecida como tinea, a qual pode afetar diversas áreas do corpo, manifestando-se por meio de placas inflamadas na pele que causam coceira.

Os autores de um artigo encaminhado aos CDC alertam que essa nova espécie do fungo é frequentemente resistente à terbinafina, um dos principais medicamentos utilizados no tratamento da tinea.

Na última década, uma epidemia de tinea resistente a antifúngicos surgiu no sul da Ásia, e os autores destacam que isso provavelmente foi impulsionado pelo uso inadequado e excessivo de antifúngicos tópicos e corticosteroides.

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Embora casos de pacientes infectados pelo T. indotineae tenham sido identificados anteriormente na Europa e no Canadá, esta é a primeira vez que são registrados nos Estados Unidos.

Primeiro caso

Em 28 de fevereiro deste ano, um dermatologista da cidade de Nova York notificou às autoridades de saúde os dois primeiros casos de tinea grave que não responderam ao tratamento oral com terbinafina.

O primeiro caso envolveu uma mulher de 28 anos que começou a apresentar sintomas da supermicose em dezembro de 2021, durante o terceiro trimestre de sua gravidez.

Ela desenvolveu erupções cutâneas com placas grandes, anulares, escamosas e pruriginosas no pescoço, abdômen, região pubiana e nádegas.

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Supermicose (Foto: Reprodução / CDC)
Supermicose (Foto: Reprodução / CDC)

Após o nascimento do bebê, em janeiro, ela iniciou o tratamento com terbinafina, mas não obteve melhora.

Após duas semanas, a medicação foi interrompida e substituída por outro antifúngico, o itraconazol. Após mais quatro semanas de tratamento, os sintomas da tinea desapareceram.

Segundo caso

O segundo caso envolveu uma mulher de 47 anos que experimentou erupções generalizadas e prurido na pele.

Essa paciente estava em Bangladesh, na Ásia, e recebeu tratamento inicial lá durante o segundo semestre de 2022.

Inicialmente, os médicos prescreveram um antifúngico tópico, juntamente com cremes que continham esteroides.

Ao retornar aos Estados Unidos, a mulher procurou um serviço de emergência, onde recebeu prescrições de hidrocortisona, difenidramina, creme de clotrimazol e creme de terbinafina. No entanto, esses tratamentos também não foram eficazes.

Em dezembro de 2022, durante outra consulta com dermatologistas, a paciente ainda apresentava placas escamosas e anulares na pele, afetando suas coxas e nádegas.

Ela recebeu tratamento com terbinafina oral por quatro semanas, mas não obteve sucesso.

Posteriormente, a paciente recebeu um tratamento de quatro semanas com griseofulvina, o que resultou em uma melhora de aproximadamente 80%.

Os médicos estão considerando a terapia com itraconazol enquanto aguardam uma avaliação mais aprofundada, pois há suspeita recente de infecção por T. indotineae, de acordo com o comunicado.

O filho e o marido da paciente, que estavam na mesma viagem, relataram erupções de pele semelhantes. As autoridades de saúde estão monitorando o estado deles.

O primeiro caso desperta maior atenção dos autores do documento, uma vez que a paciente não tinha histórico de viagem, o que sugere a possibilidade de transmissão local de T. indotineae nos Estados Unidos.

Estado de alerta

Portanto, de acordo com o CDC, os profissionais de saúde devem considerar a possibilidade de infecção por T. indotineae em pacientes que apresentam tinea disseminada, especialmente quando as erupções não melhoram com antifúngicos tópicos de primeira linha ou terbinafina oral.

No entanto, o CDC ressalta que a identificação correta do T. indotineae é desafiadora, uma vez que as técnicas de identificação baseadas em cultura usadas pela maioria dos laboratórios clínicos geralmente confundem esse fungo com outros tipos de fungos cutâneos.

Portanto, para uma identificação precisa, é necessário o sequenciamento genômico, conforme indicado pelo órgão de saúde.

O CDC acredita que os esforços de vigilância em saúde pública e o aumento dos testes podem desempenhar um papel fundamental na detecção e monitoramento da disseminação do T. indotineae.

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