Foto: CONMEBOL
A Suprema Corte do Brasil concordou em ouvir dois pedidos para bloquear a Copa América, depois que vários grupos e indivíduos levantaram preocupações sobre o país hospedar o torneio internacional em meio à pandemia do coronavírus.
O ministro-presidente, Luiz Fux, disse na terça-feira que, dado o “caráter excepcional do caso”, ele decidiu que todos os 11 membros do tribunal tratassem do assunto em uma sessão virtual extraordinária na quinta-feira.
O campeonato de dez nações está programado para começar no domingo e vai até 10 de julho.
Mas alguns treinadores, jogadores, funcionários do Senado Brasileiro e outros levantaram preocupações e perguntas sobre o torneio, dizendo que há o risco de piorar a infecção por coronavírus e as taxas de mortalidade já altíssimas no Brasil.
Mais de 16,9 milhões de casos foram relatados até o momento no Brasil e mais de 474.000 pessoas morreram, a segunda maior contagem de mortes no mundo depois dos Estados Unidos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Muitos brasileiros culpam o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, um cético do Covid-19 que rejeitou medidas de saúde pública para conter a disseminação do vírus, pelo aumento da pandemia.
Uma comissão do Senado lançou em abril uma investigação sobre o manejo do coronavírus por Bolsonaro, incluindo se ele agiu de forma muito lenta e ineficiente para garantir as vacinas tão necessárias contra o vírus.
Mas a confederação sul-americana de futebol, CONMEBOL, confirmou o Brasil como anfitrião na semana passada, depois que Colômbia e Argentina foram rejeitadas como co-anfitriões devido à contínua agitação na primeira e ao surgimento de infecções por Covid-19 na segunda.
Em 6 de junho, funcionários da comissão do Senado incitaram os organizadores a adiar o torneio.
Eles apontaram para as baixas taxas de vacinação do Brasil, dizendo que apenas mais de 10% da população havia recebido as primeiras doses de vacinas contra o coronavírus em todo o país.
“O Brasil não oferece segurança sanitária para a realização de um torneio internacional dessa magnitude. Além de transmitir uma falsa sensação de segurança e normalidade, contrária à realidade que vive o brasileiro, incentivaria aglomerações de pessoas e daria um mau exemplo ”, afirmam.
“Não somos contra a Copa América no Brasil ou em qualquer outro lugar. Mas acreditamos que o torneio pode esperar até que o país esteja pronto para recebê-lo.”
Na segunda-feira, o diretor-executivo do programa de emergências de saúde da OMS disse que aconselharia qualquer país que hospeda eventos em massa a ser extremamente cuidadoso ao gerenciar os riscos.
“Aconselhamos que qualquer país que realizar tal evento em massa, especialmente no contexto de transmissão comunitária, seja extremamente cuidadoso ao garantir que haja o gerenciamento de risco adequado”, disse Ryan a repórteres.
“Se essa gestão de risco não pode ser garantida, então certamente os países deveriam reconsiderar suas decisões de hospedar ou realizar qualquer evento em massa.”
O Supremo Tribunal Federal concordou em receber reclamações do sindicato nacional dos metalúrgicos (CNTM) e do deputado da oposição, Julio Delgado, e seu Partido Socialista Brasileiro (PSB).
O sindicato argumenta que sediar o torneio “pode causar um aumento nas infecções e mortes por Covid-19”, disse o tribunal em um comunicado anunciando que concordou em ouvir os casos.
Delgado e o PSB argumentam que hospedar “viola os direitos fundamentais à vida e à saúde”, afirmou.
Vários outros pedidos de bloqueio do torneio também foram protocolados em diversos tribunais, incluindo outro ao Supremo Tribunal Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), de esquerda, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se configura como o provável adversário de Bolsonaro na presidência nas eleições do próximo ano.
Autoridades brasileiras afirmaram que as partidas serão realizadas sem torcedores, com testes obrigatórios do Covid-19 para as equipes a cada 48 horas, restrições de locomoção e voos fretados para levá-las às partidas nas quatro cidades-sede.
Conteúdo traduzido da fonte AlJazeera por Wesley Carrijo para o Jornal Contábil
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