O mês de setembro é dedicado a prevenção ao suicídio, é a campanha do Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas é importante ressaltar que as ações de prevenção acontecem o ano todo.
Para compreendermos, é preciso entender que suicídio é um fenômeno influenciado por vários fatores, como físicos, psíquicos, culturais, ambientais, econômicos, sociais, situacionais e genéticos, em que uma pessoa acredita no suicídio como a única solução para solucionar um problema e se livrar do sofrimento.
O nome tem origem devido ocorrido com o jovem Mike Emme, de 17 anos, que cometeu suicídio em 1994 nos EUA.
Segundo os pais de Mike, o jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa, habilidoso em mecânica. Sozinho, ele conseguiu restaurar um Mustang 68 e pintou o carro todo de amarelo.
Infelizmente nem a família, nem os amigos perceberam os sinais de que ele precisava de ajuda e que pretendia tirar sua própria vida.
No dia do funeral, decidiram entregar então, cartões amarrados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem “Se você precisar, peça ajuda.”.
A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio.
Devido a repercussão do caso, a fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscar ajuda.
Já no Brasil, o “Setembro Amarelo” foi adotado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou uma orientação para reduzir a taxa de suicídio em um terço até 2030 ao redor do mundo. Somente em 2019, segundo a organização, mais de 800 mil pessoas morreram por suicídio.
Uma triste realidade para tantas famílias que sofrem a dor da perda. E, por longos anos terão que lidar com o sofrimento, culpa, questionamentos e dúvidas em torno do ocorrido.
Cabe a nós e toda sociedade compreender de forma empática o quanto é devastador o luto pelo suicídio e o quanto isso impacta na vida dos familiares no decorrer da vida.
Se quisermos de fato prevenir suicídio, precisamos passar a enxergar a pessoa como um todo, como um ser individual inserido num contexto social.
É importante fornecer ambientes saudáveis, condições adequadas de tratamento, em que a dignidade, acolhimento, apoio e a proteção socioeconômica sejam a prioridade máxima. É o mínimo para se pensar no bem-estar social necessário para a prevenção de suicídio.
Dê abertura para ouvir, ofereça uma escuta acolhedora e não julgue. O preconceito, a vergonha, discriminação e exclusão vem sendo uma das grandes barreiras e estigmas sobre o tema.
Toda e qualquer pessoa que relate pensamentos suicidas, tentativa, planos, descrença na vida, deve ser ouvida e levada a sério. Direcione para profissionais capacitados que podem auxiliar e ajudar.
Mitos como “quem quer se matar não fala”, “isso é frescura”, “só suicida quem é depressivo ou bipolar”, “não devemos falar sobres suicídio porque aumenta o risco”, foram criados culturalmente ao longo da história e precisam ser desmistificados para que possamos ajudar mais pessoas.
O enfrentamento vem a partir da quebra desses estigmas, mediante um processo de conscientização de forma segura, humanizada e acolhedora.
Cada vida perdida é uma tragédia que afeta comunidades e países inteiros.
Nós podemos ajudar. Observe as pessoas ao seu redor, fique atento aos sinais e comportamentos que não são os usuais de seus familiares e amigos. Falar salva vidas!
Narla Peixoto – Psicóloga – CRP04/24108, pós graduada em Gestão de Pessoas, certificada em Gestão de Mudanças, especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, Coach e Analista Comportamental. Coautora do Livro o Poder do Obvio. Apresentadora do Programa #secuide.
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