A curva de juros, também conhecida como ETTJ ou “Estrutura a Termo das Taxas de Juros” é calculada todos os dias pela Anbima e divulgada publicamente.
Essa curva é representação gráfica das taxas de juros exigidas ou esperadas pelo mercado para determinados prazos no próprio mercado. Ela é uma ferramenta importantíssima para os investidores, pois quanto mais alta a linha, mais remuneração o mercado está exigindo para investir no Brasil.
Agora que você já sabe o que é curva de juros vou te falar como ela funciona e quais os principais tipos existentes.
Como a curva de juros funciona?
No mercado de crédito, as taxas de juros estão relacionadas ao risco de inadimplência. Nesse sentido, os juros são maiores quando o risco de o devedor se tornar inadimplente é maior.
Em suma, é mais fácil inferir as ações do devedor ou as circunstâncias que podem afetar os pagamentos do empréstimo. No entanto, quando analisados em horizontes de tempo mais longos, os cenários podem variar – dificultando qualquer previsão.
Na prática, as taxas de juros tendem a aumentar ano a ano. Isso acontece para cobrir possíveis perdas futuras caso o devedor não pague o valor acordado. Portanto, a curva de juros tenta representar visualmente essa relação.
Muitas curvas de rendimento podem ser construídas usando vários títulos. No entanto, é mais comumente usado para traçar cenários sobre o estado e a direção da economia do país. Isso geralmente é feito por meio de títulos públicos (representando a dívida do governo federal).
Normalmente, os títulos prefixados e os títulos IPCA+ (vinculados à inflação e prefixados) são usados para construir a curva. Os títulos Selic geralmente não são utilizados, pois estão atrelados à taxa básica (Selic) e não estão sujeitos à marcação a mercado.
Principais tipos de curva
A seguir, veja como podem se apresentar e os seus significados:
- curva normal — é ascendente e sinaliza uma pressão inflacionária com o tempo;
- curva fortemente inclinada — representa a tendência de aquecimento da economia no futuro ou dificuldade do governo financiar as dívidas no longo prazo;
- curva flat — sinaliza um cenário de incertezas econômicas, onde as taxas de longo prazo não são muito diferentes das de curto prazo;
- curva invertida — os juros são menores do que os atuais e sinalizam uma recessão econômica futura.