Atenção, brasileiros! O cenário econômico do país pode ficar ainda mais desafiador, e o endividamento das famílias tende a crescer. Mas por quê? A resposta está na recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros (Selic) para o maior patamar desde setembro de 2023. Isso significa que o crédito vai ficar mais caro e mais restrito, tornando a vida financeira dos brasileiros ainda mais apertada.
A alta dos juros não veio do nada, mas como uma tentativa de conter a inflação persistente. O problema é que, junto com essa medida, surge um efeito colateral indesejado: a dificuldade para manter as contas em dia. Quando os juros sobem, os financiamentos ficam mais caros, as parcelas aumentam e muitas pessoas acabam com dificuldades para pagar dívidas antigas. E, se a inadimplência cresce, os bancos e financeiras endurecem ainda mais as regras para concessão de crédito.
Um momento delicado para as famílias sobre o endividamento e mais
Nos últimos anos, a economia brasileira vinha mostrando sinais de reação. O PIB cresceu por 13 trimestres consecutivos até o terceiro trimestre de 2024, impulsionado pelo consumo das famílias. Mas esse ritmo pode estar chegando ao fim. Com a inflação persistente e os juros em alta, o orçamento familiar fica cada vez mais apertado.
Segundo especialistas, as famílias têm sentido o peso dos aumentos nos preços, o que reduz o poder de compra e obriga muitos brasileiros a recorrerem ao crédito para cobrir despesas básicas. Mas, com a Selic nas alturas, pegar dinheiro emprestado ficou mais caro, tornando o endividamento ainda mais preocupante.
O vice-presidente de estratégia e marketing da Equifax Boa Vista, Caio Macedo, explica que, com juros elevados, as instituições financeiras têm duas opções: emprestar menos ou manter os níveis de empréstimos, mas assumindo um risco maior de inadimplência. Ou seja, o consumidor que já enfrenta dificuldades pode se ver ainda mais pressionado.
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Como se preparar para essa nova realidade?
O momento exige planejamento e cautela. Segundo especialistas, a principal recomendação é revisar o orçamento e entender como essa alta dos juros pode impactar as finanças pessoais. Algumas dicas essenciais incluem:
- Mapeie suas dívidas: Anote todas as contas, os juros que estão sendo cobrados e os prazos de pagamento. Assim, você terá uma visão clara das suas obrigações financeiras.
- Priorize o pagamento de dívidas caras: Cartão de crédito e cheque especial costumam ter juros altíssimos. Se puder, negocie essas dívidas ou busque alternativas com taxas mais baixas.
- Elabore um orçamento realista: Antes de gastar, organize suas finanças. Dê prioridade ao essencial e corte despesas desnecessárias.
- Evite novos empréstimos: Pode ser tentador recorrer a um novo crédito para cobrir buracos no orçamento, mas essa pode ser uma armadilha perigosa. O ideal é buscar renegociação antes de assumir novas dívidas.
- Converse com o banco: Se sua renda diminuiu ou você já tem dificuldades para pagar as contas, vale a pena procurar o banco para renegociar prazos e taxas.
Segundo Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, o grande erro de muitos consumidores é assumir acordos que não conseguem cumprir. “Se for renegociar uma dívida, faça um acordo realista, que encaixe no seu orçamento. Do contrário, o problema pode piorar e levar a um endividamento ainda maior”, alerta a especialista.
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O futuro ainda é incerto, mas com endividamento à espera
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou recentemente que o governo tem “muita responsabilidade fiscal” e que não pretende tomar decisões que possam desestabilizar a economia. Mas, ao mesmo tempo, o mercado está de olho na política fiscal e na evolução das contas públicas. Qualquer sinal de descontrole pode gerar novas altas nos juros, dificultando ainda mais o cenário para empresas e consumidores.
A dica, portanto, é manter a cautela e se preparar. O endividamento já é uma realidade para milhões de brasileiros, mas com planejamento e atenção redobrada, é possível atravessar esse período sem maiores prejuízos. Se a Selic vai continuar subindo ou se estabilizar, ainda não há resposta definitiva, mas uma coisa é certa: o bolso do consumidor precisa de estratégia para não entrar no vermelho.