A partir de fevereiro de 2025, diversas micro e pequenas empresas no Brasil se prepararão para uma reestruturação significativa em seus regimes tributários. A saída do Simples Nacional, que pode ocorrer devido ao aumento do faturamento ou à violação de normas estabelecidas, exige adaptações rápidas e bem planejadas.
Richard Domingos, diretor executivo da Confirp Contabilidade, salienta que a mudança para regimes como Lucro Presumido ou Lucro Real requer um planejamento cuidadoso e uma revisão dos processos internos. Ao se desvincular do Simples Nacional, as empresas precisam implementar estratégias eficazes para evitar consequências adversas.
Domingos elenca seis ajustes cruciais que as empresas devem considerar durante essa transição:
- Escolha do novo regime tributário: A decisão entre Lucro Presumido e Lucro Real deve levar em conta o faturamento projetado, os custos operacionais e a natureza da atividade. Empresas com altos custos fixos podem achar mais vantajoso optar pelo Lucro Real, enquanto aquelas com margens de lucro maiores podem preferir o Lucro Presumido.
- Ajuste na precificação: Com a alteração da carga tributária, é fundamental recalcular os preços de produtos e serviços. O objetivo é garantir competitividade sem sacrificar a lucratividade.
- Adaptação ao novo sistema fiscal: É imperativo que as empresas ajustem seus sistemas de emissão de notas fiscais e cumpram com obrigações acessórias, como a entrega de declarações periódicas (DCTF e EFD-Contribuições).
- Revisão da folha de pagamento: Empresas que prestam serviços devem recalcular encargos trabalhistas e previdenciários, incluindo FGTS e contribuições à Previdência Social.
- Avaliação do impacto do ICMS e ISS: O planejamento fiscal deve considerar as alíquotas do ICMS, especialmente em vendas interestaduais (com DIFAL podendo chegar a 11%), assim como as variáveis alíquotas do ISS conforme a localidade.
- Reavaliação das políticas comerciais: Focar em produtos com menor carga tributária ou maior rentabilidade pode ser uma estratégia eficaz para manter a competitividade no cenário tributário desafiador.
Exclusão do Simples Nacional
A exclusão do Simples Nacional pode ocorrer por diferentes motivos. O principal deles é o faturamento que ultrapassa o limite anual de R$ 4,8 milhões. Além disso, débitos tributários não regularizados podem resultar na exclusão automática do regime. Pendências com a Receita Federal ou administrações estaduais e municipais também são causas frequentes, assim como atividades econômicas não permitidas dentro do Simples Nacional.
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Outros fatores incluem a presença de sócios pessoas jurídicas — condição que torna a empresa inelegível para o regime — e situações societárias que envolvem sócios domiciliados no exterior ou participação em outras empresas fora do Simples. Ademais, o não cumprimento de obrigações acessórias pode igualmente levar à exclusão.
Richard Domingos enfatiza que enfrentar esses novos desafios requer uma gestão financeira robusta. Otimizar processos internos e revisar custos são passos essenciais para mitigar os impactos da transição para um novo regime tributário. A busca por novas fontes de receita também é crucial nesse contexto, assegurando que as empresas consigam se adaptar às exigências fiscais futuras.