O Brasil é um país muito ativo no comércio global. Somos produtores de uma grande infinidade de produtos dos quais exportamos para outros países, da mesma forma que importamos vários outros produtos produzidos e comercializados por outras nações.
Segundo dados do MIDC, o Brasil é o 29º maior importador do mundo e, em diferentes cenários, é considerado o “celeiro do mundo”, especialmente porque lidera a exportação mundial de sete alimentos diferentes, segundo o BTG Pactual.
Com base no levantamento do banco BTG Pactual, o Brasil é o maior exportador do mundo de soja (56%), milho (31%), café (27%), açúcar (44%), suco de laranja (75%), carne de frango (33%) e carne bovina (24%), além de ser vice-líder nas vendas de outras commodities como algodão e etanol.
No entanto, no meio de toda essa operação, existe um fato muito curioso, que é o fato do Brasil exportar algumas commodities em estado bruto com preço extremamente baixo e ter que reimportar depois muito, mas muito mais caro, por estes produtos já estarem processados o que eleva e muito o valor agregado desses itens.
Produtos que o Brasil vende barato para importar mais caro
1. Minério de ferro
Em média, o Brasil exporta 380 milhões de toneladas de minério de ferro para o exterior, sendo assim, um dos maiores produtores deste mineral no mundo. No entanto, apesar de sermos um país minerador de minério de ferro, não temos a capacidades de convertê-lo esse material em produtos siderúrgicos de maior valor.
Como consequência, é extremamente comum que o Brasil exporte o minério de ferro em estado bruto, e acabe tendo que reimportar muito mais caro após sua conversão em outros produtos por não termos capacidade de produzir produtos siderúrgicos.
A conta é a seguinte, são 380 milhões de toneladas exportadas para o exterior, e 4,3 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos sendo importados todos os anos com valor agregado muito maior de um produto que o Brasil possuí em abundância.
2. Açúcar
O Brasil detém hoje 44% da exportação mundial de açúcar, mostrando a nossa grande capacidade de produção deste alimento. No entanto, existem alguns gargalos na indústria do refino no Brasil.
A verdade é que a indústria do refine de açúcar do país não é desenvolvida o suficiente para atender à toda demanda de açúcar refinado de alta qualidade e, como consequência, fazendo com que muitas vezes tenhamos que importar um produto do qual temos em abundância no Brasil.
3. Nióbio
Cerca de 85% da produção global de nióbio é brasileira. Sim, grande parte do mundo depende do nióbio explorado em terras brasileiras, gerando assim receitas extremamente significativas para a economia do nosso país.
No entanto, apesar de sermos o maior produtor de nióbio do mundo, o Brasil está extremamente atrasado no que se refere a produção de componentes que utilizam o nióbio em sua composição, fazendo com que o Brasil tenha que importar a preços absolutamente mais caros, produtos que utilizam nióbio devido a nossa incapacidade de produção.
4. Celulose
O Brasil lidera a produção e exportação de celulose mundial. No entanto, a indústria brasileira de papel ainda é muito limitada no que diz respeito a produção de tipos especiais de papel.
Por exemplo, papéis de impressão de segurança e artísticos, não são produzidos por aqui, fazendo com que tenhamos que importar esses produtos com valores extremamente maiores devido ao atraso da produção local.
5. Carne de frango
No mundo, 33% da produção global de carne de frango é brasileira, deixando claro nossa grande capacidade na produção dessa commoditie. No entanto, apesar dos números absolutos, existem algumas questões preocupantes.
A principal questão está ligada a capacidade extremamente limitada, de agregar valor a produtos avícolas dentro do nosso país, levando à importação de produtos de maior valor agregado, fazendo com que tenhamos que importar 50 mil toneladas anuais de produtos de frango processados e pratos prontos.
6. Soja
A falta de capacidade do Brasil para o processamento de vários itens é mais do que clara, inclusive até mesmo na soja, onde, um grão do quão detemos 56% da produção global, muitas vezes acaba tendo que ser reimportado ao Brasil.
Alguns dos produtos do qual o Brasil possuí a insuficiência de produção local incluem óleos de soja e farelo, evidenciado uma clara perda de oportunidades econômicas e de emprego em setores de maior valor agregado.