O Banco Central divulgou as suas estatísticas monetárias e de crédito. De acordo com o documento, os juros rotativos do cartão de crédito subiram 8,7 pontos percentuais em julho, chegando a 445,7% ao ano.
No último dado divulgado, em junho, a taxa era de 437,0%. Já no mesmo período do ano passado, os juros estava em 394,93%.
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Vale ressaltar que tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL) que pretende limitar os juros rotativos do cartão de crédito em 100%. O setor bancário tem até 90 dias para apresentar outra alternativa.
A proposta estabelece que o valor da dívida com juros rotativos não pode ser maior que a dívida principal, além das pessoas poderem solicitar a portabilidade da dívida do cartão de crédito para outras instituições.
Juros: Quais são as propostas discutidas pelos bancos até então?
As discussões no setor bancário giram em torno de quatro opções para que ambos os lados (bancos e população) não saiam prejudicados. São elas:
- O fim do parcelamento sem juros;
- A limitação de parcelas sem juros;
- Limitação em 100% durante apenas um ano; e
- Um dispositivo que expresse poder do CMN para tratar do parcelado.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou a falar sobre algumas alternativas discutidas pelo setor bancário para cessar o aumento de inadimplência no país, em entrevista ao Poder360. Uma das opções seria a diminuição no número de parcelas oferecidas pelos bancos. Segundo Campos Neto, limitar os juros rotativos pode provocar uma redução da oferta de cartões e no crédito disponível para consumo.
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Nas redes sociais da Febraban, nesta sexta-feira (25), a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria, opinou sobre o debate entre governo e bancos. “Acredito que assim como limitar a taxa de juros do rotativo não é uma boa ideia, limitar a quantidade de parcelas também não seja uma boa opção. São limitações que vão prejudicar o próprio consumidor”, disse.
A economista defende que melhor alternativa seja que as empresas varejistas deixem claro os valores dos juros embutidos no produto final para que a pessoa possa escolher de forma mais consciente e até optar pela compra à vista, já que essa modalidade “sem juros”, de acordo com Vitoria, não existe.
Fonte: MoneyTimes