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Trabalho Remoto pode acabar em 2025; por quê?

O home office virou o queridinho de muita gente nos últimos anos, mas pode estar com os dias contados. Mas como assim? Se tantos profissionais afirmam que a possibilidade de trabalhar de casa melhorou suas vidas, por que algumas empresas insistem em chamar todo mundo de volta para o escritório?

A verdade é que o futuro do trabalho ainda está em disputa. Mas enquanto os funcionários querem mais flexibilidade, muitas empresas estão na direção contrária, reduzindo ou até eliminando as opções de trabalho remoto. Mas será que 2025 será realmente o fim desse modelo? Vamos entender melhor o que está acontecendo.

Funcionários aprovam, mas empresas recuam do trabalho remoto

Se dependesse dos trabalhadores, o home office continuaria firme e forte. Mas, apesar de cerca de 94% dos profissionais acreditarem que o trabalho remoto melhorou suas vidas, de acordo com uma pesquisa da FIA Business School e da USP, o mercado de trabalho parece estar seguindo outra direção.

Mas por quê? Uma das principais razões é que muitas empresas ainda acreditam que a produtividade e a inovação acontecem melhor no ambiente presencial. Mesmo que 88% dos trabalhadores avaliem que seu desempenho em casa é igual ou até superior ao presencial, algumas lideranças não estão convencidas.

A pesquisa da Deel e da Opinion Box mostrou que, atualmente, 51% das empresas já operam totalmente presencialmente, enquanto 45% mantêm o modelo híbrido. Mas especialistas apontam que essa flexibilidade pode diminuir ainda mais nos próximos anos.

O que as grandes empresas estão fazendo?

A pressão para o retorno ao escritório vem principalmente das grandes corporações. Empresas como Amazon, AT&T e JPMorgan já exigem que os funcionários trabalhem presencialmente cinco dias por semana.

Matt Garman, um dos principais executivos da Amazon, foi direto ao ponto ao dizer que quem não concorda com essa política pode simplesmente procurar outro emprego. E ele não é o único com essa visão. O CEO do JPMorgan, assim como Elon Musk, também defende que o home office prejudica a inovação e a colaboração entre os funcionários.

Mas há um problema nessa estratégia: muitos profissionais não estão dispostos a abrir mão da flexibilidade. No Brasil, 54% dos trabalhadores presenciais afirmam que gostariam de migrar para o modelo híbrido ou remoto, segundo uma pesquisa da Deel. Mas as empresas não parecem estar cedendo.

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E as vagas de trabalho remoto? Elas estão sumindo?

Se em 2020 o trabalho remoto parecia ser o futuro, em 2025 a realidade pode ser bem diferente. De acordo com a plataforma Gupy, a proporção de vagas para home office cresceu apenas 1,4% em relação a 2019, o que mostra que a oferta de oportunidades nesse modelo não evoluiu tanto quanto muitos imaginavam.

E não para por aí: até junho de 2024, do total de vagas disponíveis na plataforma de empregos, apenas 5% eram para trabalho remoto, enquanto 7% eram híbridas e 87,2% eram presenciais. As contratações presenciais, por outro lado, aumentaram significativamente, saltando de 55,4 mil em abril de 2023 para 87,1 mil no mesmo mês de 2024.

Ou seja, encontrar um emprego remoto pode ficar cada vez mais difícil. Mas será que essa tendência é definitiva?

O trabalho remoto pode mesmo acabar?

A verdade é que o cenário ainda não está totalmente definido. Mas algumas tendências apontam para um caminho mais equilibrado: enquanto algumas empresas exigem o retorno presencial, outras continuam apostando na flexibilidade.

Muitos especialistas acreditam que o futuro do trabalho será marcado por modelos mais bem definidos. Sylvia Hartmann, CEO da Remota, explica que, nos próximos dois ou três anos, veremos empresas totalmente presenciais e outras totalmente remotas, sem meio-termo.

Mas, para os trabalhadores que desejam manter o home office, a dica é buscar oportunidades em empresas que já adotam esse modelo como regra. Algumas companhias, como a própria Deel, continuam operando 100% remotamente e não têm planos de mudar isso.

Flexibilidade ou volta definitiva ao escritório?

O trabalho remoto não vai acabar completamente, mas também não será tão comum quanto muita gente imaginava. O que está acontecendo é um ajuste do mercado, onde algumas empresas ainda testam diferentes formatos e outras já decidiram pelo retorno presencial.

Mas uma coisa é certa: os profissionais ainda valorizam – e muito – a flexibilidade. E se algumas empresas insistirem em eliminar o home office, podem acabar perdendo talentos para concorrentes que oferecem um modelo de trabalho mais alinhado às expectativas dos funcionários.

Então, se você é fã do home office, pode ser hora de ficar de olho nas tendências do mercado e buscar empresas que ainda acreditam nesse formato. Afinal, o que pode acabar para uns, pode continuar firme e forte para outros.

Rodrigo Peronti

Rodrigo é jornalista com mais de 12 anos de experiência e atuou em grandes veículos de comunicação.

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